HOTEL FASANO BH

O Fasano BH nasce da mistura de influências tipicamente mineiras com o despojamento sofisticado que a sua marca oferece, tanto a visitantes corporativos quanto àqueles que vem a turismo. Das ambiências das cidades históricas mineiras a uma paleta de cores e texturas que atravessa a terracota dos vasos de barro, o cobre das panelas de doce e a pátina dos móveis coloniais, sua arquitetura é caracteriza pelo cuidado ao aliar a rusticidade mineira com uma atitude legitimamente contemporânea e urbana.

Localizado no bairro de Lourdes, reconhecido polo gastronômico e de comércio de alto padrão, o hotel foi projetado sobre a estrutura de um edifício que já se encontrava no terreno e que liga duas ruas, formando um “L”. Um terreno vizinho foi anexado ao hotel permitindo a criação de um lobby com pé direito imponente e iluminação natural. Sua entrada é feita ao longo de um muro perfurado em tijolos de barro e levemente inclinado ao interior do terreno, convidando hóspedes e o público em geral para desfrutar do restaurante Gero e de eventos no bar Baretto.

Chapas em alumínio corten, que se alternam em superfícies perfuradas e lisas, revestem e dão unidade à estrutura existente. A inclinação daquelas que formam as janelas dos quartos e circulações dão maior ritmo e profundidade às fachadas. Os interiores do hotel associam a sofisticação da marca Fasano a elementos que remetem ao passado colonial mineiro, sem abrir mão do conforto e qualidade. Teares, madeira rústica, pátinas, pedra sabão, tijolos aparentes e outros materiais tradicionais unem-se a peças da Bernardes Arquitetura e de designers brasileiros de diferentes épocas para oferecer um ambiente atemporal, ainda que profundamente influenciado pelo rico repertório local.

CABANA

Sutilmente implantado sobre o terreno no Saco do Mamanguáem Paraty,– um fiorde tropical com acesso apenas por barco  o projeto é um refúgio na mata. Nesse contexto, a disposição dos volumes foi determinada pela posição das árvores e vegetação intocada da mata atlântica 

Tendo como prioridade a preservação natural, a proposta foi dividir a construção em três volumes, seguindo o perímetro das edificações anteriormente existentes no terreno: uma garagem de barcos, próxima à água para entrada; a cabana, em um nível acima, privilegiando vistas desobstruídas; e por fim, ao fundo do terreno, uma casa de caseiro e áreas técnicas. A primeira e esta última foram requalificadas a partir do estado original que foram encontradas. 

Erguido sobre o perímetro da antiga edificação, o bloco principal tem apenas o essencial: uma varanda, cozinha, banheiro e dormitório. Aqui, o mais importante é o espaço natural, e a construção é apenas um amparo. 

Em termos logísticos, uma vez que o terreno encontrava-se afastado e com acesso apenas por pequenas embarcações, optou-se por sistemas estruturais leves e peças com pequenas dimensões. Com isso em mente, a madeira laminada colada (MLC) foi o material adotado para a estrutura, enquanto aos fechamentos, painéis modulares compostos por placas de compensado naval pintados, todos com dimensão comercial das placas com juntas de madeira sarrafeada maciça aparentes. Essa abordagem permitiu facilidade no transporte e que o canteiro de obras agisse como um sistema de montagem, garantindo rapidez, baixo impacto ambiental e maior qualidade das peças. 

Projetualmente, a residência é muito simples: um deck de madeira, um grande beiral apoiado sobre esbeltos pilares de seção circular, e uma parede linear cortando sua extensão e que por sua vez, resguarda a cozinha e suíte.  

A área social é na verdade uma grande varanda, aberta, conectando-se a natureza, ora protegida pela copa das árvores, ora avistando o mar entre as folhagens. No perímetro, um banco de madeira faz o papel de guarda-corpo. Este espaço tem toldos como único fechamento. Aos fundos, a área de serviço e privada recebem painéis modulares que delimitam o espaço. As portas e janelas também funcionam como painéis, alinhadas às divisórias e com montantes em madeira maciça aparente. 

No espaçamento entre a viga e o barrote, portinholas foram instaladas, permitindo que a brisa flua pelo espaço quando abertas. 

Pelo fato de o local não ter infraestrutura para energia elétrica, optou-se por instalar um gerador de energia, disposto junto à casa do caseiro, como área técnica. A água é captada de fonte de água corrente. Já o chuveiro é aquecido a gás.  

HOTEL GLÓRIA

APT NS

Com planta original segmentada, o projeto para a reforma deste apartamento de 400 metros quadrados na capital paulista uniu os ambientes e integrou toda a área social. Buscando criar uma unidade visual, a parede principal do living foi integralmente revestida em painéis de madeira, que através de portas mimetizadas – de abrir e pivotante – de piso a forro, dão acesso à sala de TV, cozinha, lavabo e área íntima. Nas paredes com janelas, a marcenaria em L é um elemento importante, responsável por abrigar espaço para livros e exposição de peças de arte do cliente, unindo estar e jantar e também servindo de apoio para ambos os espaços.

Neste projeto, a paleta de materiais foi escolhida levando em consideração os conceitos de aconchego e contemporaneidade, e também buscando criar um embasamento neutro para que as peças de arte e mobiliário assumissem o protagonismo. O piso de todo o apartamento é em mármore e a madeira usada nos painéis e marcenarias é o Freijó natural, que ao contrastar com o piso, aquece e dá conforto. No lavabo, o material do piso é reinterpretado ao ser esculpido em uma cuba linear com desenho em calha, fixada apenas sobre as paredes laterais, parecendo flutuar.

As peças de mobiliário foram escolhidas junto ao cliente, unindo o design moderno nacional e internacional a partir de uma estética contemporânea. No estar, destacam-se o Sofá MP081 de Percival Lafer, as poltronas Cloud da Diesel, e banco Tariki de Jacqueline Terpins. Enquanto isso, na sala de TV, que também cumpre o papel de biblioteca, a poltrona Jangada de Jean Gillon junto a Chaise Longue de Charles e Ray Eames. Os estofados recebem couro, linho e veludo em tons marrom e cinza, em harmonia a paleta das superfícies dos espaços.

Para criar um ambiente intimista, o hall foi revestido por folhas de madeira e no projeto de iluminação desenvolvido em parceria com o Estúdio Carlos Fortes, foi aplicado uma lona tensionada que somado as lâmpadas na área superior produz iluminação indireta pela translucidez.

CASA PENÍNSULA

A casa está situada sobre um terreno de declive acentuado. A estratégia adotada para que o entorno e a topografia sofressem o mínimo de alteração foi criar uma plataforma com a maior área possível, para criar sobre ela um ‘terreno” onde os demais pavimentos se estruturariam. Os 850 m² estão divididos entre três pavimentos: um embasamento retangular, o nível intermediário mais vazado e o volume triangular suspenso.

O projeto de interiores foi pensado para ser tão puro e simples como as formas da arquitetura. Foi selecionado mobiliário de célebres designers brasileiros, na sua maioria produzido em madeira, para compor os ambientes junto ao mobiliário desenhado especialmente para a casa. Foram utilizados poucos materiais para criar uma atmosfera tranquila e aconchegante, dentre eles, a madeira brasileira freijó, que é um dos materiais de maior destaque, utilizada nos forros, painéis e marcenarias.

O acesso principal se dá pelo pavimento térreo do embasamento, onde estão o home-theater e as quatro suítes de hóspedes, a área mais íntima da residência.

Já o primeiro pavimento é o espaço de uso social e de lazer, com sala, copa, varanda e piscina. O espaço interno integra-se de forma fluida ao exterior, graças às esquadrias de vidro e à continuidade da pedra utilizada no piso. Esse pavimento foi pensado de forma que pudesse se estabelecer como um vazio entre o embasamento e o volume triangular do segundo pavimento, uma grande varanda que funciona como ponto de encontro para toda a família.

O segundo pavimento possui planta triangular decorrente do estudo de insolação. A diagonal foi traçada no sentido norte-sul, de forma que a fachada esteja direcionada para leste. Nesse nível estão a suíte master e a suíte do filho. Além disso, esses ambientes são privilegiados com a melhor vista do mar. O cobre foi escolhido para a fachada por ser um material que reagirá bem à passagem do tempo. Esse volume suspenso possui uma das arestas em um grande balanço de nove metros em direção ao mar, fazendo-nos lembrar, por vezes, uma grande barco.

ATELIÊ LUIZ

Situado na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro, o projeto de reforma deste imóvel de dois pavimentos foi realizado para abrigar o ateliê de um artista multimídia no térreo e seu apartamento no primeiro piso. O processo, por sua vez, ocorreu em parceria com o cliente, tendo a arquitetura original como tela em branco às intervenções artísticas. Nesse sentido, as fachadas receberam uma grelha a partir da sobreposição de ripas de madeira presas diretamente a alvenaria, que foram pintadas numa rica paleta de cores pelo artista, que também cumpre o papel de brise soleil e no futuro, estrutura de apoio ao crescimento da vegetação.

O projeto manteve os recuos laterais originais do sobrado, e o acesso ao ateliê é realizado pela lateral sul, com aproximadamente dois metros de largura, e adequada ao fluxo de entrada e saída de materiais e obras de arte. Na lateral oposta, com um metro de largura, há o acesso direto ao apartamento através de uma escada. Aos fundos, um deque e jardim com espécies tropicais desenvolvido em parceria com a Semear Paisagismo e Jardinagem.

Todo o interior foi remodelado a partir da subtração de planos verticais que permitiram a planta livre do salão principal de pé direito duplo. A planta do ateliê é fragmentada com desenho em C, de modo que o núcleo central acomoda o escritório do artista, fechado por portas pivotantes coloridas nas duas laterais, com acesso às duas alas de criação (área seca frontal e ateliê ao fundo), que podem ou não ser integradas. Este último espaço é aberto ao jardim e provido de iluminação natural abundante, vinda das grandes portas de vidro e claraboia. No espaço de circulação entre as duas áreas, estão o banheiro, depósito e caixa de escada. A copa é integrada ao atelier e tem uma bancada de concreto lateral.

No pavimento superior, o apartamento conta com um espaço integrado com sala de estar, jantar e cozinha, aberto para o vazio do pé-direito duplo e que pode ser fechado por três folhas de vidro; e dois quartos – um de solteiro sobre a projeção do escritório, e a suíte master com frente para a rua. Toda a residência recebe piso de madeira em padrão espinha de peixe, bancadas de concreto e marcenaria em madeira de tom claro (estes dois últimos, como no piso inferior).

No terraço, o espaço na altura da copa das árvores, é acessado por um alçapão de vidro – responsável pela iluminação zenital da escada – usado como espaço de lazer.