EDIFÍCIO VILA NOVA CONCEIÇÃO

O projeto do Edifício Vila Nova Conceição chegou até o escritório a convite de um empreendedor com o desejo de materialização de um edifício de escritórios indo além das tradicionais torres corporativas, promovendo então um concurso fechado entre diferentes escritórios de arquitetura. O objeto arquitetônico deveria atender as necessidades das áreas de trabalho e promover espaços de qualidade ao bem-estar dos profissionais, a ser construído em um lote de esquina no bairro de mesmo nome e próximo a parques, universidades e importantes vias comerciais.

Buscando atender as demandas solicitadas e criar um marco em termos de estrutura, este edifício foi pensado a partir de um sistema construtivo em madeira laminada com embasamento destinado ao comércio (dois pavimentos), pisos de escritórios (seis pavimentos) e terraço.

A galeria comercial do térreo permite que o edifício tenha fachada ativa – instrumento urbano de ocupação da fachada localizada no alinhamento de passeios públicos por uso comercial com acesso aberto à população – interligando as duas vias através de um percurso diagonal. Acima deste piso é proposto um mezanino que se destaca na fachada sul pelo envoltório de policarbonato. O primeiro pavimento, por sua vez seria destinado a um restaurante com cerca de 50 lugares para uso de visitantes e funcionários, enquanto parte da laje se tornaria uma praça elevada com conexões visuais diretas ao horizonte e pavimento inferior através de rasgos na superfície.

Os seis pisos de escritórios tem planta-tipo retangular com 27,5 metros de largura e 22,5 metros de profundidade aproximadamente, de modo que a extremidade leste em diagonal é transformada em varanda. A grelha estrutural de madeira sobre o perímetro da fachada segue modulação de 2,5 metros revestidos por folhas de vidro e a face das varandas não recebe o material diretamente sobre o exoesqueleto, mas sobre a laje, de piso a teto.

O núcleo de circulação vertical (com caixa de escada e três elevadores) fica localizado na porção sul junto aos sanitários (masculino e feminino) com quatro cabines cada. Coroando o edifício, um terraço com áreas fechada e aberta, destinado aos funcionários. Três subsolos acomodam a garagem.

CASA ORIGAMI

É a residência principal do casal que decidiu fugir da correria da cidade grande para se instalar a 50 minutos da capital. Eles recebem a visita dos filhos e netos com frequência. A casa possui três quartos, escritório confortável, cozinha e área social (estar, jantar e varanda integrados) no andar térreo. A sala de estar se integra à varanda através das grandes esquadrias de vidro. No pavimento inferior, estão três quartos de hóspedes. Os clientes queriam uma casa térrea, de uso prático, que tivesse toda a estrutura que eles precisassem para morar e trabalhar e que os ambientes do dia a dia estivessem integrados ao ambiente de trabalho.

O concreto é o material de destaque da casa. A empena de concreto que se dobra, como um origami, estabelece o limite lateral e a cobertura do volume que abriga o setor social da casa. Essa casca protege a face oeste da residência do sol da tarde e direciona a vista para o leste onde temos o sol da manhã e a vista para a mata nativa. Todos os ângulos do projeto fazem sentido no terreno e surgem em função das suas condições naturais, respondendo a questões de topografia, insolação, ventilação, entre outras.

Sua implantação proporciona um convívio agradável. O acesso principal se liga ao escritório, espaço tão importante para o casal, onde este se comunica à sala de estar, à cozinha e às áreas externas de jardim e varanda, possibilitando um uso simples de casa térrea durante todo dia. A sala de jantar e sala de estar são integradas, com suas paredes e teto em concreto e o mobiliário em madeira para aquecer o ambiente. O setor íntimo organiza-se perpendicularmente ao social em um pavilhão de estrutura metálica com fachadas protegidas por brises de madeira cumarú. Esse pavilhão penetra o volume da área social e os brises passam a funcionar como portas pivotantes fazendo o fechamento entre a cozinha e a sala de jantar.

APT HGB

No projeto de reforma deste apartamento duplex de 770m² em São Paulo, buscamos atender ao desejo dos moradores de terem os cômodos principais integrados, visualmente permeáveis e conectados.

A ampla sala de estar de pé direito duplo articula-se aos ambientes dispostos nas extremidades a partir de um conjunto de brises verticais pivotantes, que quando abertos revelam a sala de jantar e home theater no primeiro pavimento, suíte master e brinquedoteca no segundo pavimento respectivamente, permitindo controle de integração visual no uso diário da residência. Em contrapartida, protegem os espaços da insolação direta.

Neste projeto, a escada surge como um elemento arquitetônico escultórico na sala de estar, com o guarda-corpo em chapa metálica com pintura branca, em acabamento semibrilho, que é prolongado para a circulação do pavimento superior, uma espécie de passarela entre a brinquedoteca e a suíte do casal.

A paleta de materiais foi escolhida buscando criar uma base neutra, de modo que os mobiliários e obras de arte contemporânea se destacassem. O piso de todo o apartamento é em pedra em placas de grandes dimensões. A parede principal do estar recebe réguas de madeira nos dois pavimentos sob o mesmo alinhamento, que por sua vez mimetiza as portas de acesso aos demais ambientes. Os brises e guarda-corpo recebem pintura branca auxiliando na reflexão da luz natural pelo espaço.

Sobre a base minimalista, poucas peças de mobiliário especialmente selecionadas com os clientes compõe o estar, com destaque para a poltrona Flag Halyard do designer dinamarquês Hans Wegner.

A varanda, que promove a continuação ao interior a partir do nivelamento do mesmo piso, também recebe um banco linear de quase 17 metros de comprimento que pode ser usado como espaço de estar, leitura e almoço com a disposição de uma mesa de jantar, enquanto floreiras dispostas no perímetro traseiro trazem o verde ao espaço.

CASA TRIÂNGULO

A Casa Triângulo surge através de um gesto simples: quatro empenas de concreto e um volume triangular apoiado sobre elas. A forma triangular que identifica o projeto é fruto tanto da forma do terreno quanto da orientação solar. Uma maneira de conferir leveza ao pavimento superior e viabilizar o grande balanço foi utilizar estrutura metálica treliçada em todo o seu perímetro.

O térreo é formado por um volume longitudinal delimitado por grandes empenas de concreto. Essa ocupação permite que grande parte do lote seja permeável e que se configure um jardim. O acesso principal se dá pela lateral direita do terreno e direciona o morador até o setor social da casa através de um corredor. O setor social composto por sala de estar e de jantar está localizado no centro do terreno e se integra à varanda externa sob o balanço do volume superior.

A circulação vertical é feita através de uma escada com formato orgânico, que conecta subsolo, térreo e pavimento superior e é iluminada por uma grande claraboia. Este eixo criado praticamente no centro do triângulo faz com que grande parte da casa tenha luminosidade permanente durante o dia.

Além disto, todo o pavimento superior, constituído pelo setor íntimo, com sala, quartos, escritório e um segundo núcleo de serviço, está envolvido com grandes painéis de vidro serigrafado, que funcionam como brise-soleils. O efeito gráfico da serigrafia, além de conferir um aspecto de movimento às chapas de vidro, cria um ambiente interno de privacidade, ao mesmo tempo em que preserva a vista para o jardim.

CASA BP

O projeto está localizado na cidade de São Paulo, no bairro do Morumbi. A Casa BP tem aproximadamente 1000 m² distribuídos em três andares. É uma casa urbana implantada na divisa com um parque. O terreno é muito arborizado, então a própria casa parece estar implantada em um parque. No subsolo, estão localizadas a garagem, área técnica e dependências de serviço. No térreo estão as quatro suítes para os filhos, suíte de hóspedes e um núcleo de serviço com lavanderia e dormitório. No pavimento superior ficam a sala principal, a suíte máster, a cozinha e a área externa com jardim e piscina. O casal de clientes desejava uma casa para sua família. Além da suíte máster, eram necessárias cinco suítes, uma para cada um dos quatro filhos e uma para hóspedes. Era muito importante, também, que o projeto contemplasse uma área externa para lazer com piscina e tratamento paisagístico com intensa arborização. Toda a família é bastante ligada à natureza e à prática de esportes, por isso a presença do verde e de espaços abertos era essencial.

A casa privilegia a permeabilidade visual garantida pelo uso de grandes panos de vidro que deixam à vista as copas das árvores presentes tanto na frente da casa como no bosque criado na parte posterior do terreno, próximo à piscina. A sala principal se integra a um grande jardim com piscina que também possui acesso direto pela varanda da suíte máster. A integração entre sala e a área de lazer permitem que esse local seja o ponto de encontro entre todos os moradores. A casa possui estrutura mista. Estrutura principal em concreto e cobertura em lâmina viabilizada pela estrutura metálica. A madeira é um material muito presente seja nos forros ou no mobiliário. O vidro das esquadrias permite que o verde presente no entorno da casa seja visível desde o interior.

MOZAK PEPÊ

O Mozak Pepê é resultado do convite de uma tradicional construtora carioca a Bernardes Arquitetura à proposição de um edifício de apartamentos em um terreno com frente direta para a praia. Buscando destacar as privilegiadas vistas do mar, a volumetria do projeto é criada a partir da sucessão escalonada das lajes nos últimos três pavimentos, que por sua vez, oportuniza maior luminosidade natural ao interior das unidades que são providas de varandas.

A partir da calçada, o portão em ripas verticais de madeira resguarda o interior e confere certa identidade. No térreo, o volume da recepção, zeladoria e áreas técnicas é recuado a partir do perímetro da laje superior, acomodando as vagas dos automóveis sobre o beiral da porção lateral esquerda, que os protege das intempéries. O paisagismo fluído em linhas curvas e espécies tropicais envolve as demais áreas livres, cujo traçado se contrapõe a racionalidade do edifício.

Materialmente, destaca-se a aplicação da mesma madeira do portão sobre as superfícies do volume de todo o térreo (no interior e exterior), forro e parede da churrasqueira que divide a varanda aos dois apartamentos, e banco linear sobre o canteiro central da entrada. Pedras portuguesas recobrem todo o piso externo até a recepção, num gesto de permeabilidade visual como uma extensão da calçada para dentro do edifício.

Repensando os conceitos tradicionais do habitar e a noção de escala das unidades, o Mozak Pepê foi desenvolvido como um conjunto de casas suspensas, privilegiando as vistas desobstruídas, como se o mar fosse uma tela natural nos interiores; iluminação e ventilação natural; e integração dos espaços.

As plantas contam com espaços amplos e flexíveis, passível de adaptação aos diferentes programas dos moradores. Na cobertura, a piscina é protegida por um beiral com vigamento metálico com toldos eletrônicos.

As fachadas laterais são protegidas por painéis lineares entre os pavimentos, como uma superfície única, de forma que brises de mesma largura e acabamento, mimetizados entre estes, podem ser abertos ou fechados individualmente. Em contrapartida, integrando arquitetura e paisagismo, as floreiras no perímetro de todos os pavimentos, marcam a identidade do conjunto.