Hotel em Maraú
Localizado entre a vila de Itacaré e a Península de Maraú a área de projeto situa-se numa faixa de aproximadamente 700m. Essa extensa faixa de areia branca e mar deslumbrante é também presenteada pela foz do rio Guaibin que com seu contorno sinuoso e vegetação de mangue preservada determina um dos limites laterais do terreno. Nessa diversidade e riqueza natural a Bernardes buscou inspirações no resgate da raiz do lugar para projetar de forma atenta um lugar único, devolvendo para o solo a riqueza da mata Atlântica.
Na busca das referências e do menor impacto ambiental também pesquisamos materiais provenientes da recomposição da monocultura dos coqueirais, promovendo a biodiversidade e o corredor ecológico. O uso dos materiais provenientes como a palha do coco pode ser estudado como composição das paredes de barro palha presentes na cultura construtiva local. Assim como o coco as redes, a madeira nativa em forma de pranchas ou postes também servirão para compor toda a estética pretendida pela Bernardes na conceituação do Hotel.
A continuidade da paisagem existente, rio e vegetação são tomados como forte inspiração para a proposta. Imagina-se que os coqueirais (monocultura) serão substituídos por uma biodiversidade que resgate e realce a beleza única do lugar. Os eixos de implantação do projeto criam núcleos com microclima próprio de um grande jardim tropical. Envolto por lagos criados a semelhança dos belíssimos já existentes, as conexões são dadas pelos eixos visuais com ligação ao mar.
As estruturas pousam sobre o ecossistema reconstituído buscando o menor sinal de interferência possível no conjunto da paisagem, mas guardando a experiência estética e sinestésica que os usuários buscam no contato com a Natureza e todos seus elementos constituintes, como a identidade e cultura local.
EXPO OSAKA
O pavilhão apresenta a ideia de Brasil como potência ecológica. Nesse sentido, tem a premissa de conter um horizonte natural da Floresta Amazônica a partir do tema da agroflorestal desenvolvida pela colônia japonesa em Tomé-Açu, no interior do Pará. Este jardim interno irá reproduzir de modo imersivo a experiência de visitação da Floresta Amazônica, sua atmosfera de nuvens de umidade, sons e odores na representação possível deste valioso patrimônio brasileiro e mundial.
A arquitetura do pavilhão pode ser resumida a um perímetro retangular em estrutura de madeira laminada que abriga uma porção de agrofloresta. Na perspectiva externa principal, a ausência de um objeto construído, possibilitada pela inclinação da cobertura, apresenta o pavilhão de modo inusitado – apenas um baixo pórtico inicial da estrutura, assim como um Torii japonês, demarca o momento liminar de entrada na natureza interior. Após a entrada, a compressão espacial causada nos visitantes é rapidamente revertida em uma imersão no infinito horizonte natural da da floresta, visualmente construído a partir do revestimento dos planos laterais internos do pavilhão em telas tensionadas espelhadas.
Externamente, o pavilhão simboliza a proteção da floresta, contendo-a como herança finita e valiosa. Internamente, seu espaço se torna um território expandido como ode de retorno da humanidade à natureza, na potencialização de uma urgente cultura ecológica atrelada à sobrevivência de nossos biomas.
Desse modo, os projetos de arquitetura e expografia são ações indissociáveis na representação física do tema proposto. Almejando ser introdução ao ideal de uma sociedade que se entenda novamente como parte da natureza, o pavilhão se apresenta enquanto espaço a ser livremente vivenciado pelo público, suscitando momentos de pausa e reflexão sobre o porvir do Planeta Terra e sobre o importante papel do Brasil nesse futuro que se quer ecológico.
Restaurante Elena
Projetar nesse lugar tão especial para todos os cariocas, em frente ao Parque do Jardim Botânico, e com a oportunidade de participar da revitalização do Horto foi um desafio prazeroso. Os sócios são apaixonados pelo Rio e queriam oferecer aos cariocas um lugar onde pudessem ter experiências diferentes no mesmo espaço. A ideia era ser além de um restaurante, pois queriam um uso mais noturno, um ambiente que fosse sofisticado e descontraído.
A casa antiga faz parte de um conjunto histórico chamado Chácara do Algodão, que servia de residência para os operários da antiga América Fabril. A ideia foi valorizar a fachada histórica, recuperar as características originais da casa e criar uma arquitetura o mais neutra possível. O paisagismo desempenha um papel importante para integrar a nova construção ao bairro.
O acesso ao salão principal do restaurante se dá através de um bar de chegada que é o ponto focal da casa antiga. No segundo piso, temos um terraço aberto, com cobertura retrátil e um ambiente descontraído e aconchegante que oferece acesso ao bar principal, o ambiente mais intimista da casa.
A seleção dos materiais foi pensada para trazer o verde, a descontração e o clima do bairro, como o piso de madeira, a vegetação pendente e as paredes antigas descascadas, que dialogam com a adição de texturas mais sofisticadas como o couro, o nobuck, as chapas metálicas nos tons bronze, verde ou natural e as luminárias desenvolvidas especialmente para o projeto.
As formas mais curvas e orgânicas dos sofás, não só remetem a natureza que caracteriza o bairro, como também criam espaços mais aconchegantes.