EDIFÍCIO PASCOAL VITA

Delicadamente pousado sobre o lote trapezoidal de 525 metros quadrados na esquina das ruas Pascoal Vita e Napoleão Laureano, na Vila Beatriz, bairro da zona oeste paulista vizinho de Alto de Pinheiros, o Edifício Pascoal Vita conta com privilegiadas vistas da cidade.

Levando em consideração a localização estratégica do terreno e a legislação do bairro vizinho, estritamente residencial e de baixo gabarito, o edifício tira partido da vista desobstruída a oeste, concentrando as áreas sociais das unidades, que são resguardadas por sombrites translúcidos automatizados com sensor de vento, que podem ser abertos ou fechados pelos moradores. Essa solução permite que os futuros moradores possam visualmente desfrutar não apenas do intenso verde que caracteriza essa região, mas também de bairros mais distantes, como o Morumbi, Butantã e Jaguaré.

Com um embasamento horizontal conformado por quatro pavimentos – dois acima do nível da rua – e uma pequena torre principal de sete pavimentos e cobertura, em 7.884 metros quadrados, doze unidades habitacionais são distribuídas entre o segundo e nono pavimento – sendo duas por pavimento – de 319 a 443 metros quadrados, e quatro delas são duplex. Todas as unidades são providas de acessos e halls privativos.

No primeiro dos três subsolos de garagem, há doze oficinas individuais para cada um dos apartamentos, além de área de apoio, áreas técnicas e caixas de escada e elevadores. Elevado para maior privacidade e melhor aproveitamento da vista, no pavimento térreo estão as áreas de lazer: academia, sauna, spa e piscina com raia de 25 metros com claraboia para iluminação zenital. Os três blocos fechados recebem painéis de policarbonato translúcido e madeira cumaru.

Os volumes e canteiros do paisagismo seguem linhas fluídas em contraposição as linhas da arquitetura. Um terraço jardim com ampla diversidade de espécies sobre o primeiro pavimento amplia a quantidade de áreas verdes e de lazer do empreendimento.

Sobre o segundo pavimento, fica o primeiro piso de dois dos duplex, com uma extensa varanda em C que circunda as unidades, e que por sua vez é responsável por gerar certa leveza estética para a fachada quando visto da rua. Estas unidades tem o menor apartamento na porção sul, com duas suítes, de modo que o maior fica na ala oposta, com três. Nos pavimentos tipo, quatro e cinco suítes respectivamente, sendo uma delas de serviço. Os apartamentos duplex da cobertura seguem o mesmo número de quartos dos duplex inferiores, com pequenas variações na planta, em prol da escada de acesso ao terraço equipado com churrasqueira, área gourmet e piscina privativa.

Com todos os apartamentos voltados para o poente, tal condição permitiu um aproveitamento máximo da perspectiva do skyline a cada uma das unidades, uma vez que as áreas sociais, composta de terraço, sala de estar e jantar, e cozinha, dispostas linearmente e de forma espelhada em relação à cada pavimento, se debruçam precisamente sobre as três fachadas, tendo como extremos os terraços de perímetro trapezoidal, definidos na fachada frontal por triângulos agudos e na fachada posterior por triângulos obtusos.

Sobre a fachada, folhas de correr de vidro, junto a pequenos caixilhos fixos na parte inferior e baixas muretas de alvenarias de 53 centímetros de altura, criam anteparos à instalação de floreiras metálicas com acabamento cinza claro, que provem de irrigação e drenagem automáticas. Estas são encaixadas na modulação da caixilharia, que por sua vez propiciam uma relação acolhedora com o entorno do bairro. Em contrapartida, o exoesqueleto em tom cinza escuro, confere traços marcantes à linguagem visual do empreendimento.

Hotel em Maraú

Localizado entre a vila de Itacaré e a Península de Maraú a área de projeto situa-se numa faixa de aproximadamente 700m.  Essa extensa faixa de areia branca e mar deslumbrante é também presenteada pela foz do rio Guaibin que com seu contorno sinuoso e vegetação de mangue preservada determina um dos limites laterais do terreno. Nessa diversidade e riqueza natural a Bernardes buscou inspirações no resgate da raiz do lugar para projetar de forma atenta um lugar único, devolvendo para o solo a riqueza da mata Atlântica.

Na busca das referências e do menor impacto ambiental também pesquisamos materiais provenientes da recomposição da monocultura dos coqueirais, promovendo a biodiversidade e o corredor ecológico. O uso dos materiais provenientes como a palha do coco pode ser estudado como composição das paredes de barro palha presentes na cultura construtiva local. Assim como o coco as redes, a madeira nativa em forma de pranchas ou postes também servirão para compor toda a estética pretendida pela Bernardes na conceituação do Hotel.

A continuidade da paisagem existente, rio e vegetação são tomados como forte inspiração para a proposta. Imagina-se que os coqueirais (monocultura) serão substituídos por uma biodiversidade que resgate e realce a beleza única do lugar. Os eixos de implantação do projeto criam núcleos com microclima próprio de um grande jardim tropical. Envolto por lagos criados a semelhança dos belíssimos já existentes, as conexões são dadas pelos eixos visuais com ligação ao mar.

As estruturas pousam sobre o ecossistema reconstituído buscando o menor sinal de interferência possível no conjunto da paisagem, mas guardando a experiência estética e sinestésica que os usuários buscam no contato com a Natureza e todos seus elementos constituintes, como a identidade e cultura local.

EXPO OSAKA

O pavilhão apresenta a ideia de Brasil como potência ecológica. Nesse sentido, tem a premissa de conter um horizonte natural da Floresta Amazônica a partir do tema da agroflorestal desenvolvida pela colônia japonesa em Tomé-Açu, no interior do Pará. Este jardim interno irá reproduzir de modo imersivo a experiência de visitação da Floresta Amazônica, sua atmosfera de nuvens de umidade, sons e odores na representação possível deste valioso patrimônio brasileiro e mundial.

A arquitetura do pavilhão pode ser resumida a um perímetro retangular em estrutura de madeira laminada que abriga uma porção de agrofloresta. Na perspectiva externa principal, a ausência de um objeto construído, possibilitada pela inclinação da cobertura, apresenta o pavilhão de modo inusitado – apenas um baixo pórtico inicial da estrutura, assim como um Torii japonês, demarca o momento liminar de entrada na natureza interior. Após a entrada, a compressão espacial causada nos visitantes é rapidamente revertida em uma imersão no infinito horizonte natural da da floresta, visualmente construído a partir do revestimento dos planos laterais internos do pavilhão em telas tensionadas espelhadas.

Externamente, o pavilhão simboliza a proteção da floresta, contendo-a como herança finita e valiosa. Internamente, seu espaço se torna um território expandido como ode de retorno da humanidade à natureza, na potencialização de uma urgente cultura ecológica atrelada à sobrevivência de nossos biomas.

Desse modo, os projetos de arquitetura e expografia são ações indissociáveis na representação física do tema proposto. Almejando ser introdução ao ideal de uma sociedade que se entenda novamente como parte da natureza, o pavilhão se apresenta enquanto espaço a ser livremente vivenciado pelo público, suscitando momentos de pausa e reflexão sobre o porvir do Planeta Terra e sobre o importante papel do Brasil nesse futuro que se quer ecológico.

Restaurante Elena

Projetar nesse lugar tão especial para todos os cariocas, em frente ao Parque do Jardim Botânico, e com a oportunidade de participar da revitalização do Horto foi um desafio prazeroso. Os sócios são apaixonados pelo Rio e queriam oferecer aos cariocas um lugar onde pudessem ter experiências diferentes no mesmo espaço. A ideia era ser além de um restaurante, pois queriam um uso mais noturno, um ambiente que fosse sofisticado e descontraído.

A casa antiga faz parte de um conjunto histórico chamado Chácara do Algodão, que servia de residência para os operários da antiga América Fabril. A ideia foi valorizar a fachada histórica, recuperar as características originais da casa e criar uma arquitetura o mais neutra possível. O paisagismo desempenha um papel importante para integrar a nova construção ao bairro.

O acesso ao salão principal do restaurante se dá através de um bar de chegada que é o ponto focal da casa antiga. No segundo piso, temos um terraço aberto, com cobertura retrátil e um ambiente descontraído e aconchegante que oferece acesso ao bar principal, o ambiente mais intimista da casa.

A seleção dos materiais foi pensada para trazer o verde, a descontração e o clima do bairro, como o piso de madeira, a vegetação pendente e as paredes antigas descascadas, que dialogam com a adição de texturas mais sofisticadas como o couro, o nobuck, as chapas metálicas nos tons bronze, verde ou natural e as luminárias desenvolvidas especialmente para o projeto.

As formas mais curvas e orgânicas dos sofás, não só remetem a natureza que caracteriza o bairro, como também criam espaços mais aconchegantes.

Casa MMC

CASA RSF