Escritório CB

Motivados pelos questionamentos trazidos pela pandemia, além das constantes reflexões em como seria o espaço de trabalho ideal às novas dinâmicas, os líderes desse escritório internacional de advocacia chegaram até a Bernardes Arquitetura com o desejo de repensar o projeto de sua sede em São Paulo, agora em um novo endereço.

Diante do cenário atravessado ao longo da quarentena, sobretudo, após o cruzamento entre vida pessoal e profissional, que tornou evidente a importância na qualidade dos espaços de trabalho, uma das principais preocupações apresentadas pelos clientes era em como traduzir o dna da empresa no espaço, promovendo constantes trocas entre a equipe. Tendo isso em mente, o novo escritório – desenvolvido especialmente para o retorno das atividades presenciais – foi elaborado considerando três pontos chave: colaboração, bem-estar, e tecnologia como ferramenta facilitadora.

Sublinhando a atmosfera acolhedora ao dia a dia dos funcionários, embora um espaço comercial, trabalhamos com soluções que evocam a atmosfera encontrada nos projetos residenciais desenvolvidos pela Bernardes: espaços amplos e integrados, luz, uso de materiais naturais, e a presença constante do verde.

Com 3.140 metros quadrados de área distribuídos em dois pavimentos, para maior comodidade, o programa foi distribuído tendo os espaços de atendimento e reuniões no primeiro pavimento (10º andar), enquanto as áreas de trabalho e apoio se encontram no pavimento superior (11º andar).

No embasamento, a madeira é o material protagonista, presente nos painéis, forros, esquadrias das salas e mobiliários, enquanto o piso é recoberto por placas de pedra de grande dimensão.

Recepcionando os clientes, na entrada principal, a galeria de circulação é envolta por uma generosa estante que atravessa todo o ambiente e acomoda a grande coleção de livros, além de obras de arte. Para conferir um caráter mais intimista, pequenos lounges – com poltronas de designers brasileiros – distribuídos ao longo deste espaço sugerem áreas de convívio e para rápidas reuniões. Ao fundo, painéis pivotantes de madeira – que podem ser abertos, deixando entrever a circulação, ou completamente fechados, como uma parede – resguardam o expresso bar, área desenvolvida como um lounge para refeições ou ainda, como ambiente para reuniões menos formais com os clientes.

Já a entrada de acesso exclusivo aos advogados é composta por mobiliários flexíveis que sugerem espaços de leitura e conversa, ao incentivar maior interação.

De caráter escultórico, a escada foi disposta na região central, conectando os dois pisos, mas permitindo que haja certa conexão visual. Abraçando sua estrutura, o canteiro rebuscado por espécies vegetais traz o verde ao interior. Enquanto isso, as salas de reunião são dispostas defronte à vista panorâmica, que seguem desenhos mais livres ao desviar da escada a partir da aresta chanfrada que tem seus vértices ligeiramente curvados, solução que confere dinamicidade ao layout. Com fechamento em vidro e caixilharia com acabamento de madeira, cada uma das salas recebe cortinas perimetrais em linho que podem ser recolhidas durante as reuniões para maior comodidade.

No mobiliário, para acomodar o maior número de pessoas, ao mesmo tempo permitir que todos estejam mais próximos, as mesas especialmente desenhadas por nossa equipe de interiores, seguem desenho triangular com vértices suavemente arredondados. Sob os panos de vidro do edifício, jardineiras delineiam a fachada com a presença do paisagismo, enquanto o sofá que atravessa sua extensão foi pensado como apoio às reuniões com maior número de pessoas e/ou mais casuais – para conversar com os clientes ou atender uma ligação.

Tendo como mote a colaboração, no piso superior, a antiga área de trabalho bastante seccionada, agora dá lugar à estações lineares, de maneira que há maior número de assentos e constantes trocas entre os profissionais. No limite de toda a fachada, jardineiras são instaladas junto a estofados longilíneos e mesas de madeira ao estilo de um “canto alemão”, oferecendo maior bem-estar e suporte às reuniões informais.

Também estão concentradas nesse pavimento salas aos profissionais que requerem espaços privativos; além de cabines para ligações online, desenhadas com soluções de tratamento acústico para atender à dinâmica crescente de reuniões virtuais após o período de lockdown. No total, nos dois pavimentos, temos 30 salas para diretores, 5 phone booths, 7 salas de reunião para clientes e 2 salas de reuniões internas.

Embora respeitando a seriedade sugerida por um escritório de advocacia, a proposta busca reinterpretar a formalidade, mas valorizando a experiência humana. Salpicando a base de materiais naturais (madeira, pedra, palha e tinta mineral) adicionamos pontos de cor nos tecidos dos estofados, que os tornam acolhedores, mas também energizantes.

A partir de sua ampla expertise no desenvolvimento de projetos corporativos, nesse escritório trabalhamos em conjunto com a equipe de especialistas da Athié Wohnrath, que definiu o organograma técnico e que serviu como bússola ao arranjo dos fluxos e espaços propostos no conceito desenvolvido pela Bernardes. A A|W também elaborou o projeto de sistemas prediais e tecnológicos, além de toda a execução da obra.

APT ASM

CASA MLT

CASA 3T

APT MKT

Originalmente com planta bastante segmentada e certa escassez de iluminação natural, o projeto de reforma deste apartamento na cidade do Rio de Janeiro buscou unir seus ambientes, enquanto maximizava suas aberturas.

Com o objetivo de assegurar o maior aproveitamento e integração, o perímetro da varanda existente recebeu ampliação da cobertura, enquanto as paredes limítrofes entre o espaço interno e externo foram removidas, dando origem ao amplo living, por sua vez conectado à cozinha, escritório e um pequeno terraço, respectivamente.

Para o melhor aproveitamento da iluminação natural, estratégias arquitetônicas foram definidas junto à reforma, tais como a adoção de novos caixilhos de vidro na fachada principal; aberturas ao longo das demais superfícies; e claraboia na nova cobertura metálica. Essas alterações viabilizaram que também houvesse maior benefício da ventilação, impactando diretamente na qualidade térmica do interior.

Materialmente, o projeto foi pensado tentando trazer diferentes nuances e texturas naturais, em contrapartida ao valor afetivo da moradia que acompanha os clientes há aproximadamente duas décadas. Para tanto, os dois pilares centrais que dividem o living foram mantidos em concreto aparente, enquanto todo o piso recebeu tábuas de madeira, e forro parcialmente em réguas de madeira.

No estar, o longo sofá de 8,30 metros atravessa toda a extensão do espaço, sugerindo momentos de conversa e desfrute. No mobiliário, foram escolhidas categoricamente peças que evocam a brasilidade do design moderno nacional, a exemplo das poltronas Mole, de Sérgio Rodrigues; cadeira Girafa bordadeira, de Lina Bo Bardi; e par de mesas de centro Lenço, desenhadas por Jorge Zalszupin; em harmonia àquelas artesanais, como os bancos do Xingu e cestarias em palha.

Para acomodar a coleção de livros e objetos, a estante linear acompanha toda a extremidade, ora como área de armazenamento, ora como expositor, até o lavabo, onde a cuba em corian segue a mesma modulação e mimetiza o acabamento aplicado na laca da marcenaria.

Tirando partido da posição dos dois pilares central, optou-se por ressignificar o papel assumido por estes no espaço, os transformando em elementos estruturais às duas mesas, senda a primeira para o jantar (com 1,80×1,80 metro) e a segunda como apoio à área de trabalho (com 1,80×1,00 metro), que emergem parecendo flutuar sobre o piso, graças ao sistema de cinta metálica que abraça a estrutura, apoiando uma viga e chapa de mesmo material, de onde a base de madeira freijó maciça é disposta. Em composição, cadeiras em palhinha desenhadas por Sergio Rodrigues e pendente Maru, de Ingo Maurer. Na mesa oposta, cadeiras de Martin Eisler.

Conectando visualmente os diferentes ambientes e viabilizando a funcionalidade, a cozinha foi aberta à sala de jantar, mas com a possibilidade de ser completamente fechada, se desejado, a partir do recolhimento do painel de correr, que se transforma em uma parede em apoio à recepção das obras de arte.

A pequena varanda de acesso ao terraço superior ganhou jardim vertical, de onde uma pequena abertura surge emoldurando a paisagem. Duas poltronas Loop, desenhadas por Willy Guhl, compõe a circulação.

Assim como na área social, nos dormitórios, houve a introdução de novos caixilhos e de onde um sistema de brises horizontais foi instalado, contribuindo à troca de ar.

Trazendo identidade visual aos banheiros, ladrilhos hidráulicos revestem as superfícies das paredes, que tem suas cores ressaltadas pela luz zenital.

APT LZM